Friday, October 08, 2004

O chamado e as plantas na tarde curta

Um chamado
Intenso e urgente
Vem, vem, vem...
Voz sumida
Interrogações suaves
exclamações perdidas na tarde
Mais curta porque tu foi embora
Tu não estás aqui e a noite chega mais
Cedo
Em meus sentidos
Distante canto vindo de onde?
De uma terra que canta e faz chamego bom
Sussurros, delírios
Esperança espelhada no prisma
De mil cores
Origami cuidadoso
Sabedoria de dias mais tranquilos
Caleidoscópio louco
Cruz cálida
Crosta crua
Coração cristalizado pelos dias
Crisálida sem pupa
Dias nus de véus
Pacotes de presentes
Fitas, flores e cheiros
Chapéu de feltro na cabeça
Venta o vento
Vai se o chapéu
Vem o chamado urgente
Pousado no girassol
Vem, vem, vem...
Vamos? pede o menino tigre
As plantas esperam ser carregadas
Na tarde curta
Plantas não esperam, exigem
Querem ser carregadas
Sementes são carregadas
Volto aqui
As plantas repousam
No chão da sala
Já foi
Não me despedi
Não fui junto
O coração foi,
Fiquei oco,
Mudo
Cuidadoso
Com cantos e quinas
Gelado e quieto
Os olhos não
Esses sempre serão chamas
Que foram acesas por ti
Quando aqui voltares
Não direi adeus
Direi olá
E pedirei
Um pouco do meu
Coração
De volta

Olha aqui: esse novo filho foi motivado pela sua ida e por não ter me despedido

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