Thursday, September 23, 2004

THE ORIGINAL

Mais um ano, mais um dia 23 de Setembro, graças aos deuses.
Amo esse dia porque foi nele que as graças dos anjos e delicia das margaridas trouxeram ao mundo a minha jóia mais cheirosa: ela, THE ORIGINAL.
Muitos se perguntam porque eu a chamo assim. Simples. EU, esse ser egocêntrico e cheio de manhas é somente uma cópia de uma pessoa: ela, que tem o nome da primeira mulher. Sim, o nome da minha mãe é Eva.
Simples, vital assim, como ela.
Muitas vezes eu pergunto a pessoas que me conhecem:
- Tu conheces a minha mãe?
A resposta é invariavelmente a mesma:
- Não!
E eu replico:
- Conhece sim, estás olhando para ela!
O que isso quer dizer é que eu e ela somos fisicamente parecidos, exceto o nariz, como ela gosta de frisar.
Mas o que eu quero dizer é como eu amo essa pequena menina, foi ela que ensinou quase tudo que eu sei. Foi ela que me ensinou a rezar, a ler e gostar de ler quase tudo que tem letras. Uma mãe linda, a mais linda de todas, a mais alegre. Alguém que me ensinou a ser mais do que ter, a dar mais do que eu recebo, a ser generoso.
Tu que me amas, agradeça um pouco a ela. Eu sou um fruto dessa árvore baixinha, dessa Libriana mais charmosa do mundo.
Ela tem uns medos engraçados e adoráveis: de microondas, de que um trovão queime tudo no mundo.
Ela é assombrosamente inteligente, lucida e criativa. Sua risada enche os dias de música. Ela é uma leitora atenta e quieta.
Meu fantasminha pequeno que habita as madrugadas dessa casa. Sim, porque como toda Libriana, ela sofre de insônia!
Minha vida inteira eu esbarrei nas madrugadas nessa moça em sua insônia espantada com o mundo!
Ela é uma conversa, um riso, um abraço contido. Suas histórias enternecem, comovem.
Penso nela quando menina em seu vestido de lacinhos, o único para ser usado aos Domingos, pois ela foi menina de vida dura, uma fortaleza de amor amparando uma mãe que perdeu duas outras filhas.
Tudo ela fez e viu, já teve um jipe, e um dia atropelou uma galinha. Ficou dias triste e amargurada.
Já chupou tantos cajus em sua vida nordestina que teve saturação de vitamina C.
Essa é minha mãe, uma força que nunca seca. A menina que tinha um cachorro chamado Rádio.
Ela é inacreditável e eu a AMO poderosamente, imensamente e para sempre todos os dias e noites.
A fruta nunca cai longe do pé, lembra?




3 Comments:

Blogger Carol Custodio said...

A sorte dessa referência. É algo inefável, que não tem como esconder e nem como esconder-se, lá está ela, sorrindo debaixo do teu nariz.

(Eu não pareço com ninguém, por isso tenho dito que não tenho nem pai nem mãe. Minha original deixou de sê-lo quando eu tinha uns 16 anos e resignei-me ao mero carma)

Saudades muitas. Amo você, urso feliz.

5:16 AM  
Blogger OdeioSopa® said...

Hey, mas que mãe danada, não?
Aliás, acho que todas são. Porque olha, pra aguentar a gente quando criança, pfffff... Aí, enquanto a gente cresce, o trabalho delas cresce junto.
Até começarmos a envelhecer. E ainda assim, somos os "meninos" delas... Não esquecer o agasalho, ter juízo, entre tantos outros pedidos.
Ô mães, que trabalho!!!!! :D
Beijos, Luca!
E beijos à dona Eva.

8:34 AM  
Anonymous Anonymous said...

Eu tinha achado tão lindo o post e, no entanto, não comentei; um pecado! Mas a gente vê que Dona Eva fez um excelente trabalho.

Um beijo, querido! E outro às nossas mães!

11:27 AM  

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