Monday, March 08, 2010

De como já é março novamente

Sou um ser de recomeços. gosto de pôr fogo em tudo e recomeçar do chão.
Cansa.
Hoje, ao telefone eu ainda estava em 2008/2009, deixando a minha perplexa interlocutora mais confusa. Era como se ela não acreditasse que alguém ainda quisesse estar no ano passado.
Ele diz que não aguenta mais gente dizendo: "ainda bem que acabou!"; pois é isso mesmo, ainda bem que acabou!
Sou um menino ainda e sempre hei de ser, mas as experiências não ensinam? A gente não amadurece?
E fica sem graça no meio do caminho, de calças curtas e uma carreira longa pra correr.
Eu meço os passos diz ele ao telefone, e eu penso que cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém, logo eu que gosto de uma pimenta, uma cena, um bate boca.
Eu, que não sou fácil, quem me conhece sabe, e não esquece. Também meço os passos, reflito quieto, tão quieto que tu acha que eu não presto atenção.
A dissertação de mestrado estacou na leitura, volto a escrever no blog porque EU preciso, se você gostar do que escrevo tanto melhor! Isso mesmo, assim, egoisticamente sem acento porque mente elimina o acento.
Sou ortográfico, mas ainda prefiro lingüística á linguistica.
Dizer que foi tudo bobagem e que passou, passou, chega olha pra frente pro novo, almeja um (re)começo daqueles bem bons, uma volta pra cima, um ovo.
Canta Chico quietinho no meu ouvido: "rompi com o mundo, queimei meus navios..." acho esse verso de uma beleza tão dolorida, eu imagino alguém sentado à beira do cais.
Já quis viver como um personagem de música do Chico, até descobrir que não.
Não dá pra doer tanto e recomeçar.
Todos os meus recomeços são iluminados como as manhãs abafadas de Março.
O ano começou hoje pra mim. Sabe por quê?
Ah, deixa pra lá que eu vou dormir ao lado dos meus dois amores (um hoje zangado).
Nighty night

Friday, May 15, 2009

Porra porra porra da porra

"Fico com o disco do Pixinguinha sim, o resto é seu." Chico, foda velho.
Quanto fica de resto? Quem vai tirar esses pratos da mesa?
Ouço Chico Buarque sempre à noite, sempre sozinho. Não sei porque. Nunca me preocupei.
Acho que sim.
Ouço quieto, sempre fumando. Demoro pra me deitar, custo a acordar, arrasto sempre os pés nos dias frios, vivo esquecendo coisas grandes e pequenas e coloridas e moído de cansaço sempre lembro de beijar meus amores.
Não sopra vento pela janela, mas é frio. Sinto frio quando outros sentem calor, bebo suco sem sacudir a caixa.
Eu me sinto tão estranho às vezes. O mundo sempre fica mais estranho quando perdemos um amigo para outros planos/dimensões/estados de consciência, mesmo de longe, o olhar sempre acompanha. Não vou ouvir mais em Julho: Paaaadrinho!
Não virás mais me buscar no hotel, nem vou passar minutos te xingando com humor e carinho.
Eu sou um Escorpiano, nós não enxergamos as quinas no escuro. batemos nelas com gosto, dói mas passa.
Eu sou um cara confuso, tenho infinita dó de cegos na rua (já disse isso antes, mas sempre é bom lembrar).
Lembrar de:
ouvir mais Chico
cantar no banheiro de manhã
rir alto no cinema
comer queijo com café
escrever mais
ler finalmente os contos do Eugene O'Neill
rever meus filmes favoritos
chorar porque tu foi embora cedo demais pros meus padrões
rir porque conviver contigo (mesmo que pouco) era muito engraçado
fazer o que eu tenho que fazer
de gostar mais de mim como eu era
que amadurecer não é perder a língua afiada, mas adoçar o coração
de mim
de ti
de nós

Tuesday, April 14, 2009

Speechless

A vida roda, anda, pula, vagueia, espreita pelas pequenas frestas dos dias cinzas onde insistentemente amaldiçoamos e praguejamos babas hostis e bile verde e amarga.
Mas existem dias onde o sol é uma ferida aberta no céu, onde todo lugar é Salvador de manhã, onde há sim espaço para um encanto sem fim, e sim, estamos todos aqui costurando os dias com a linha fina da paixão. Sim, ainda há paixão no mundo, ainda há tempo para muito mais.
Ainda há uma quadra reta de sol e verde e pitangas e uma borboleta teima em cruzar o meu caminho.
Acorda devagarinho, pelo menos uma vez na semana.
Lembra que um sonho nunca morre, e que às vezes as coisas são sim muito boas.
Fazer recortes da vida, pensar no viés das coisas é o mesmo que comer uma laranja sem gomos, sem suco, sem sementes e sem casca.
Eu já disse já há muito tempo atrás: deixe de ser tão Ana César, seja mais Monteiro Lobato.
Assista ao vídeo da Susan Boyle no Youtube uma, duas, mil vezes. Esqueça o cinismo um pouco, e deixe de ser tão inteligente e articulado, pois há coisas ná vida para as quais a inteligência não tem e não deve ter explicação nenhuma.
Você não é melhor que ninguém, e por isso mesmo somos todos maravilhosos!
Escute o silêncio.

Monday, March 30, 2009

Drive, she said.

Certos bichos ficam quietos por muito tempo, até que se esqueçam deles. Então, quando tudo está quieto em volta, eles saem andando por aí.
Eu circulei muito em volta de voltar a escrever, como se fosse coisa profana escrever bobagens e ter pudor do leitor. Mas no fundo eu sempre mandei tudo pra casa do caralho em tantas oportunidades que mandar o receio pra lá não me custou nada.
Leio e releio o que já escrevi e penso: fui eu? Fui eu sim, estão lá todas as idéias e os rompantes e as imagens que eu tanto prezo e gosto.
E penso nesses dias, nas tais águas de março que tanto falam. Acho sim Março um mês chato e interminavelmente longo. Fica aquela indecisão entre o que se passou e o que vêm por aí.
Gosto dos meus amigos que nasceram em Março, isso sim.
Tenho andado impaciente, pois não há lugar nos meus dias de Março para um café preguiçoso na calçada. Odeio correria, meu ascendente é Touro, correria é coisa de Geminiano furioso e Ariano raivoso.
Lentamente releio livros, anoto frases, sublinho palavras fortíssimas, sinto que o verbo ainda é transitivo na maioria dos casos é intransitivo o desejo de escrever. Eu escrevo.
Eu penso que escrevo o que penso.
Então, drive, she said!
Volto a escrever. Volte a ler

Thursday, July 12, 2007

Agora com carro!

Tô todo gavola! Tô de carro novo!
Agora ninguém me segura (como se alguém houvesse me segurado antes - humpft!)
Kisses

Sunday, April 22, 2007

A memória

Um dia eu li. Estava lá. Quem disse, eu não sei. Também, nem importa.
O que importa mesmo, é que eu nunca esqueci daquilo.
"A memória é uma velha louca, que joga comida fora e guarda panos coloridos."
Meus mil deuses. É isso então!
Às vezes penso que é bom nos esquecermos, só para ter o prazer de (re)lembrar.
Esquecer é bom, lembrar de tudo seria insuportável.
E lembro de Beckett em "Fim de jogo":
- Eu olhei para dentro do buraco no teu peito e vi uma coisa pulsando. Acho que era o teu coração!
- Estava vivo?
- Sim!
- Então não era!
Porra! O meu coração está aqui no peito. Durante muito tempo eu vivi com ele dentro da boca, eu o mastiguei muitos dias e muitas noites, mas agora ele está lá, pulsando quieto dentro do peito.
Mas o fogo, a chama, a ira e o desassossego estão sempre lá, espremidos entre as costelas.
Só pra lembrar de esquecer que entre uma batida e outra, mora um suspiro.








A propósito, com muita honra sou um hyperlink em:
http://naselva.com/rafael

Leiam esse moço. Ele sabe de coisas que eu não sabia!

Sunday, March 04, 2007

Calor, muito calor.

Sentado aqui faz calor, ali faz calor, faz calor em todo o lugar. Os parafusos no chão me olham e eu olho de volta putaquepariu que calor.
Eu ando cansado de sentir calor, quero frio, sopas ( sorry afilhado, eu gosto de sopas, mas não se preocupe, nunca o convidarei para tomar uma), cobertores; amo o sol, mas tá demais.
Amanhã recomeçam as aulas e eu volto à rotina que foi quebrada em Dezembro, rotina é uma coisa que apavora, entedia e chateia a maioria das pessoas, mas eu gosto. Me deprimo quando a minha rotina se altera, exceção feita à viagens.
Gosto de saber exatamente o metro de cada hora, o cheiro de cada minuto, mas obviamente há na minha vida espaço e desejo para surpresas.
Às vezes eu faço o caminho mais longo só para parar naquela esquina e comer aquelas pitangas gordas e vermelhas.
Esse ano tem desafio novo, caminho novo, estudos mais "sérios" e compenetrados, e eu tento colocar um óculos de grau no meu cérebro pra ver se ele aprimora mais a visão!
Amanhã vou fazer uma coisa que sempre faço ao recomeçar a minha nova rotina: vou ao centro da cidade comprar lápis e caneta, borrachas coloridas e cadernos novos.
Porque as aulas estão começando, e os ensinamentos do novo ano estão por aí, para serem achados.
Eu sempre fui e sempre serei um aprendiz, que vai, muito compenetrado à livraria no começo das aulas para comprar material escolar novo.
Este ano eu: sim!

SECRETA