Friday, May 15, 2009

Porra porra porra da porra

"Fico com o disco do Pixinguinha sim, o resto é seu." Chico, foda velho.
Quanto fica de resto? Quem vai tirar esses pratos da mesa?
Ouço Chico Buarque sempre à noite, sempre sozinho. Não sei porque. Nunca me preocupei.
Acho que sim.
Ouço quieto, sempre fumando. Demoro pra me deitar, custo a acordar, arrasto sempre os pés nos dias frios, vivo esquecendo coisas grandes e pequenas e coloridas e moído de cansaço sempre lembro de beijar meus amores.
Não sopra vento pela janela, mas é frio. Sinto frio quando outros sentem calor, bebo suco sem sacudir a caixa.
Eu me sinto tão estranho às vezes. O mundo sempre fica mais estranho quando perdemos um amigo para outros planos/dimensões/estados de consciência, mesmo de longe, o olhar sempre acompanha. Não vou ouvir mais em Julho: Paaaadrinho!
Não virás mais me buscar no hotel, nem vou passar minutos te xingando com humor e carinho.
Eu sou um Escorpiano, nós não enxergamos as quinas no escuro. batemos nelas com gosto, dói mas passa.
Eu sou um cara confuso, tenho infinita dó de cegos na rua (já disse isso antes, mas sempre é bom lembrar).
Lembrar de:
ouvir mais Chico
cantar no banheiro de manhã
rir alto no cinema
comer queijo com café
escrever mais
ler finalmente os contos do Eugene O'Neill
rever meus filmes favoritos
chorar porque tu foi embora cedo demais pros meus padrões
rir porque conviver contigo (mesmo que pouco) era muito engraçado
fazer o que eu tenho que fazer
de gostar mais de mim como eu era
que amadurecer não é perder a língua afiada, mas adoçar o coração
de mim
de ti
de nós

SECRETA